Já era noite no último domingo, 18 de junho, no Ginásio do Mineirinho (Belo Horizonte/MG), quando foi proclamada a vitória da unidade e da amplitude no 55° Congresso da UNE (CONUNE). Com 79% dos votos, a chapa que afirmava “a unidade é a bandeira da esperança” acabou conquistando a maioria dos espaços de direção da entidade. A referida chapa foi composta por diversas forças políticas do campo progressista, dentre as quais a Ação Libertadora Estudantil.
Contudo, faltava mais um pouco para que os e as estudantes da ALE tivessem certeza de sua particular vitória aguerrida. Faltava a apuração dos votos por cada força política. E obviamente, com todo suor e esforço da militância da ALE, o movimento superou sua meta, e garantiu seu objetivo final elegendo dois diretores para a próxima gestão da União Nacional dos Estudantes. No congresso anterior, a ALE tinha feito quase 20 votos a menos e eleito somente um diretor. Agora, o movimento cresceu e avançou, ampliando sua capacidade diretiva sobre os rumos da entidade.
Ao cantar que “o Sol há de brilhar mais uma vez”, a Ação Libertadora Estudantil conquistou os corações e as mentes de centenas de estudantes. Muitos dos quais, mesmo pertencendo a outras forças políticas, e não assinalando voto conosco, ficaram entusiasmados com a revista da nossa tese procurando conhecer mais o movimento. Inclusive, dezenas de estudantes pediram filiação neste sítio virtual durante o Congresso da UNE. Da mesma forma, militantes do movimento Reinventar, vinculado diretamente à Juventude Socialista do PDT, abraçaram a nossa Tese “O Sol há de brilhar mais uma vez”, e concederam os seus votos para ALE. Foram 5 votos, mas a quantidade é irrelevante nesse caso. O mais importante é o gesto político de reconhecimento de um tradicional movimento estudantil à jovem ALE, o que demonstra enorme acerto na nossa linha política. Em especial por defender a urgência de uma frente ampla pelo desenvolvimento econômico e pela ampliação dos direitos sociais e por anunciar abertamente o apoio à candidatura presidencial de Ciro Gomes, o nome forte para liderar a saída da crise brasileira.
Durante o congresso, a ALE realizou rodas de conversas e mesas de debates. Com destaque para as rodas de conversas sobre movimento estudantil, sobre combate às opressões, e para as mesas sobre a educação que o Brasil precisa (com o vereador carioca Leonel Brizola Neto) e sobre a conjuntura nacional e internacional (com João Herminio Marques, membro do Comando Nacional da Organização A Marighella; e Manoel Dias, presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini).
Fato lamentável no congresso foi a agressão sofrida por nossa camarada Camila Berger, diretora de mulheres da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), que tomou um tapa de um segurança truculento a mando da Juventude do PSDB. O elemento pertence aos quadros da segurança privada contratada pela UNE. Mas claramente estava agindo por conta própria obedecendo os pedidos da juventude do PSDB. Os pedidos dos tucanos eram para que a nossa militância apagasse os sinalizadores, haja vista que a fumaça estava causando reações alérgicas à corja neoliberal. É o cheiro das massas organizadas que causa alergia aos filhotes imperialistas!
De qualquer modo, ainda que contra um corpo truculento e pesado de seguranças, a militância da ALE foi aguerrida. Seus estudantes, homens e mulheres, meninos e meninas, foram pra cima dos tucanos e da segurança privada da UNE, que obedecia os tucanos naquela ocasião. Como diz uma velha canção marighellista, “com A Marighella, não tem arrego”! E a minoria organizada, disciplinada e combativa da Ação Libertadora Estudantil ganhou o apoio das massas de estudantes contra os seguranças e contra os tucanos. E conseguimos, enfim, expulsar os seguranças daquela área. Além disso, a ALE vingou o tapa sofrido pela camarada Camila em combate posterior contra os tucanos, algo que será relatado em nota específica.
Válido lembrar que dezenas de sinalizadores foram utilizados por inúmeras forças políticas, como parte da festa de arquibancada para manifestar apoio aos camaradas que defendem as teses e resoluções. Nós, da Ação Libertadora Estudantil, defendemos a total liberdade de expressão artística e cultural, em particular a genuína cultura brasileira de arquibancada, nas plenárias dos congressos estudantis. Somos contra a proibição da pirotecnia. E vamos travar esse debate interno nas direções das entidades. Assim como debateremos a contratação da segurança privada e de suas atribuições.
A nova direção da UNE, composta com 2 diretores da ALE, terá a grande tarefa de salvar o Brasil contra a maior ofensiva reacionária da história deste país. Derrotar as reformas impopulares, defender a Constituição, garantir o Estado Democrático de Direito, garantir a realização das eleições presidenciais, combater o Governo Temer e suas atrocidades, são algumas das pautas da agenda da nova diretoria da UNE. Além disso, o foco total agora deve ser a mobilização para a Greve Geral do dia 30 de junho, quando o Brasil deve parar contra as reformas impopulares!
Por tudo que aconteceu, pela vacância do cargo da ALE na diretoria da UNE no período mais recente, pelas adversidades enormes durante o processo, inegavelmente a vitória aguerrida da Ação Libertadora Estudantil no 55° Congresso da UNE deve ser motivo de imensa comemoração! Não por acaso era imensurável a emoção na bancada da ALE após a forte fala da camarada Silvia Maria, futura diretora da UNE, na defesa da chapa vitoriosa.
No ano em que a UNE completa 80 anos, no ano em que a Revolução Russa completa seu centenário, no ano em que as bases fundantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) completam 50 anos, a ALE se superou na garra e na disposição combativa de sua brava militância, e finalmente, venceu o congresso da UNE.
Na faculdade, na escola, guerrilha no Brasil!
Aqui está a Ação Libertadora Estudantil!
Marighella Vive!
Viva a Ação Libertadora Estudantil!