Uma das primeiras atitudes da ditadura militar, ao concretizar o golpe de 1964, foi a criminalização da União Nacional dos Estudantes. O Movimento Estudantil à época não baixou a cabeça para a ditadura, muito pelo contrário, lutou com toda a força que estava ao seu alcance pelo processo de lutas de massas. O mesmo fez a UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. Hoje, décadas depois, um novo governo golpista, dessa vez de Michel Temer, decide fazer o mesmo método fascista de criminalização do movimento estudantil.

Independente da voracidade conservadora, mesmo depois de toda perseguição da ditadura, e mesmo enfrentando dificuldades e problemas internos, a UNE ainda é a entidade máxima de representação e mobilizações do Movimento Estudantil. A nova criminalização que a UNE está sofrendo com essa CPI não é um ataque somente à entidade ou a sua direção, é um ataque aos estudantes de todo o país. Criminalizar a UNE é criminalizar o Movimento Estudantil!

Pior que isso, essa farsa de CPI da UNE dá indício de que uma série de ataques aos direitos estudantis estão sendo planejados, e devem ser devidamente rechaçados. A educação brasileira corre sério risco de um enorme retrocesso. E os e as estudantes não devem cair na onda reacionária contra a UNE e contra as demais entidades estudantis. Ao contrário, nosso dever é lutar contra a CPI da UNE e contra qualquer tipo de repressão e criminalização às entidades estudantis.

A Ação Libertadora Estudantil, que possui assento na direção da UNE, luta contra essa CPI, então impulsionada pelos elementos mais reacionários do nosso país. Aqueles que décadas atrás incendiaram o prédio da UNE, perseguiram, torturaram e mataram seus dirigentes são os mesmos que agora querem calar a UNE com uma CPI canalha. Mas não vão conseguir!

Querem calar a UNE, querem calar os e as estudantes!A CPI da UNE é uma farsa! Não calarão o movimento estudantil!