A Ação Libertadora Estudantil, entidade-movimento que luta pela educação necessária ao Brasil e ao seu povo, rumo à educação popular, ou seja, que luta pela educação que o Brasil precisa, vem manifestar o seu total repúdio e indignação pelos novos ataques do Governo Bolsonaro contra a educação brasileira.
Na última sexta-feira (26), seguindo a linha do ministro da educação Abraham Weintraub, Jair Bolsonaro declarou em tom de ameaça que o governo estuda retirar o já escasso investimento dos cursos de filosofia e de ciências sociais, duas importantes escolas acadêmicas que ajudam a compreender o mundo e a transformar a sociedade. Segundo o governo tal medida teria sido importada do ministro da educação japonês. Porém, o que Bolsonaro esconde do povo é que lá no Japão essa medida foi duramente criticada pela sociedade perdendo força em poucas semanas, além disso o mesmo ministro que fomentou tal pensamento retrógrado pediu demissão após acusações de corrupção.
Enquanto isso o Ministério da Educação segue sendo vítima de uma verdadeira cruzada obscurantista do pior reacionarismo. Weintraub já é o segundo titular a assumir a pasta, e sua missão é destruir a educação, cortando orçamento de universidades públicas vistas mundialmente como unidades de excelência na produção de conhecimento e pesquisa. O argumento tosco de que as universidades devem perder orçamento por permitirem política partidária e “balbúrdia” dentro dos campi serve de cortina de fumaça para esconder o real projeto bolsonarista: acabar com a educação pública, exponencializar a quantidade de analfabetos e de analfabetos funcionais no país, e destruir em definitivo as universidades e toda a produção de conhecimento nacional.
O Governo Bolsonaro cada vez mais parece ser um governo de ocupação imperialista ianque em nosso país! Os objetivos são claros: dinamitar o futuro da nação e acabar com a ciência brasileira e com a economia nacional, além de elevar o grau de miserabilidade do nosso povo.
Por outro lado, de fato para facilitar a vida do bolsonarismo, infelizmente as escolas de humanidades das nossas universidades, em sua maioria, cometeram inúmeros equívocos nas últimas décadas, afastaram-se das massas populares e dos grandes temas nacionais, permitiram formações de seitas identitárias fantasiadas de projetos de pesquisa com dinheiro público, quase todas subsidiadas estranhamente também por ONG’s estrangeiras, e permitiram o enraizamento de uma falsa diferença entre “ciências humanas” e “ciências exatas”, uma dicotomia mentirosa que só serve para retirar a capacidade de pensamento crítico, fomentada nas unidades acadêmicas das ditas ciências humanas e sociais, das “outras ciências”. Essa crítica precisa ser feita porque a falta de capacidade de mobilização popular diante dos ataques bolsonaristas na educação, a perda da capacidade de transformação social das ditas “ciências humanas”, estão vinculadas claramente com a falta de conexão com a grande classe trabalhadora nas nossas universidades, tanto nos movimentos docentes do ensino superior quanto no próprio movimento estudantil, além dos já mencionados erros na condução das universidades públicas. E isso obviamente só interessa às elites dominantes do país, só interessa àqueles que querem a manutenção da desigualdade extrema, das injustiças sociais, e da condição dependente de nosso país, só interessa ao Governo Bolsonaro por ter mais uma desculpa esfarrapada e canalha para atacar a educação.
Defendemos a educação que o Brasil precisa, defendemos que a produção e reprodução de conhecimento tenha valor e significado substantivo ao povo brasileiro e ao desenvolvimento nacional. Defendemos que a educação seja necessária ao Brasil e ao seu povo. Defendemos que a educação seja, ao final, popular.
Aproveitamos para reforçar a nossa solidariedade aos professores e professoras, que além dos salários miseráveis, recentemente têm sido vítimas de uma campanha sórdida bolsonarista de incentivo para que alunos filmem eventuais aulas que podem ser interpretadas, por mentalidades atrasadas e reacionárias, como mecanismos de “doutrinação”, algo que beira o ridículo de tão estúpido, porém, que está gerando um triste assédio e perseguição política contra docentes. Conclamamos aos estudantes, que não foram afetados por essa praga estúpida, em forma de onda reacionária, a filmar o descaso do poder público com as instituições de ensino, cada vez mais precarizadas. Conclamamos aos docentes para que filmem a miséria de seus contracheques. E por fim, conclamamos aos nossos militantes e filiados, e aos estudantes de coragem que querem pertencer a esta entidade-movimento, a fazerem uso da força, caso seja preciso, para defender nossos professores e professoras contra a agressão da filmagem não autorizada.
Seguiremos nas trincheiras contra a alienação, contra a ignorância, contra a estupidez, contra o obscurantismo, e contra o reacionarismo de toda parte! Os estudantes brasileiros estão contra os ataques do bolsonarismo na educação! A ciência, o progresso e a educação são forças do avanço humano, que jamais um governo medíocre conseguirá parar! É hora de mobilizar com força contra os ataques bolsonaristas na educação! É hora de mobilizar pela educação que o Brasil precisa! Quem faz balbúrdia é o Governo Bolsonaro!
Brasil, 02 de maio de 2019.
Direção Nacional da Ação Libertadora Estudantil – ALE